A Praia do Forte, a 50 km de Salvador, é uma praia de areias brancas que se estende por 12 km, cercada por uma interminável fileira de coqueiros e com muitos arrecifes que, na maré baixa, expõem lindas piscinas naturais. Até aí tudo normal, afinal, a Bahia é talentosa em oferecer belos cenários à beira-mar. O que faz a Praia do Forte um lugar realmente especial é a estética do bom gosto que tomou conta do vilarejo. Ali, lojas bacanas dividem espaço com restaurantes gourmet, harmoniosamente combinados com a autenticidade da vila de pescadores. É curioso: ao lado de butiques elegantes, nativos batem papo. Em frente a joalheria, há barracas de cocadas. Esses dois universos convivem em sintonia ao longo da rua principal da vila, a Avenida Antônio Carlos Magalhães, que apesar do nome é um calçadão arborizado sem postes a mostras (a fiação elétrica é subterrânea). A vila é toda muito bem organizada. Não há, por exemplo, letreiros luminosos no comércio nem luzes na beira da praia, já que a claridade interfere no senso de orientação das tartarugas marinhas, que escolheram a Praia do Forte como principal ponto de desova da costa brasileira. Lá está a sede do Projeto Tamar, que é aberto para visitação e se transformou em uma das principais atrações do lugar. Embora seja uma legítima vila de pescadores, a Praia do Forte se desenvolveu sob um projeto de urbanismo pensado nos anos de 1970, quando inúmeras regras foram implantadas para que o lugar não sofresse com o crescimento desordenado. Entre as regras está a proibição de construções acima da altura dos coqueiros. Assim, que está na praia e olha em direção à vila não vê fachadas de prédios, apenas o vasto coqueiral. E assim, a Praia do Forte manteve sua atmosfera autêntica e alimentou um louvável sentimento ecológico e de preservação.