É sempre lindo andar na cidade de São Paulo. Perder-se em meio ao vai e vem frenético de carros, metrôs, motoboys, helicópteros e mais de 11 milhões de habitantes que circulam pelas ruas da capital paulista é uma experiência memorável. Assim como lembra a canção, o clima engana e a vida é grana em Sampa. Mas nem todos os clichês de décadas atrás se perpetuaram. Para começar, esqueça o mito de que se trata de uma selva de concreto. Só o Parque do Ibirapuera tem mais de 1 milhão de metros quadrados de área verde. Sem falar no Parque Estadual da Serra da Cantareira, no Horto Florestal, no Jardim Botânico... Também não é verdade que o paulistano vive para o trabalho. Se fosse assim, a cidade não concentraria uma variedade tão grande de bares, cinemas, teatros, museus, danceterias, parques e casas noturnas. Dá para passar anos comendo fora todos os dias sem repetir o restaurante. E as opções de lazer são igualmente infinitas. Fato é que, a semelhança de Nova York, Sampa é uma metrópole mutante, que nunca para, nunca dorme, nunca se esquece. Cosmopolita no mais fiel sentido da palavra, abriga imigrantes de todas as partes e incorpora cada cultura como se fosse sua. Impossível não comer uma pizza regada a vinho em meio à italianada do Bixiga; sentir-se meio oriental junto aos japoneses, coreanos e chineses da Liberdade; pechinchar nas lojas árabes ou inebriar-se com o cheirinho de pão das padarias que carregam no gene a herança portuguesa. No coração de São Paulo, cabe gente de todas as nacionalidades, raças e credos. Entregue-se você também aos encantos da Pauliceia, desvairada na opinião do poeta Mário de Andrade e surpreendente para quem a visita.