De Budapeste você deve ter ouvido falar, com certeza. A capital húngara, cortada pelo Danúbio (que visto do alto é azul, de verdade, como o nome da famosa valsa) divide a cidade em duas partes: Buda, a histórica porção, com suas colinas e o belo castelo no topo, totalmente reconstruído, e edificações medievais Do alto de Buda, a vista de Pest , plana, com suas ruas de comércio, parques, teatros é belíssima . Abraçando as duas, belas pontes que valem um cartão postal e, ao longo do rio, edifícios de vários estilos, com predomínio do barroco e art nouveau, por influência do período em que foi parte do Império Austro-Húngaro (1867-1918). Se você chegar a Budapeste de barco, nos muitos cruzeiros que aportam na cidade, a visão à noite será ainda mais fantástica, um show à parte com as pontes e todos os lindos prédios (como o Parlamento, por exemplo, o maior edifício clássico da Europa) e igrejas super iluminadas.
As muitas invasões sofridas mongóis, turcos, austríacos e mais tarde os russos com o comunismo - parecem ter acrescentado beleza aos estilos arquitetônicos. A cidade ganhou a aparência atual nos anos 1890 quando, em comemoração ao seu 1000º aniversário, foram construídos muitos dos edifícios mais impressionantes, muitos deles em Art Nouveau húngaro. São prédios de telhados coloridos, portas e janelas adornadas por motivos folclóricos húngaros mesclados a florais, figuras femininas, animais. Dos tempos do comunismo sobraram gigantescas estátuas de Lenin, Stalin e outras que foram retiradas das praças e reunidas no Parque da Escultura, um museu ao ar livre.No lado de Peste, ícone da cidade, a longa avenida Andrassy, toda ela construída em um único estilo arquitetônico e patrimônio da Unesco, exibe suas vilas e mansões neo-renascentistas cercadas de jardins (algumas são sedes de embaixadas) e termina no maior parque da cidade. Esta é também uma das principais ruas para compras, com elegantes butiques, um lugar para bater pernas e sair descobrindo recantos pitorescos até chegar ao seu final, quando desemboca no parque. Cansou? Então pare em um dos muitos cafés e restaurantes que se espalham por esta avenida. Aliás, Budapeste é famosa por sua centena de cafés - onde os húngaros se reúnem sob qualquer pretexto - e confeitarias. Um conselho: esqueça o regime porque os doces húngaros são inigualáveis. São panquecas delicadas servidas com calda de chocolate e nozes moídas e generosas fatias de bolos com no mínimo seis camadas de recheio e massa bem fininha, a esterházy torta, e muitas outras delícias criadas durante o Império, nos tempos em que Francisco José reinava ao lado da lendária Elizabeth ou Sissi, como era chamada a Imperatriz.
Não é só nos doces que a cozinha húngara agrada. Rica em temperos e especiarias (destaque para a páprica) na culinária local, o prato mais famoso é o goulash, um ensopado de carne deliciosamente temperado, ideal para o clima frio, fígado de ganso, ensopados, assados de porco, aves, carneiro e as tradicionais lingüiças, acompanhados de batata e bolinhos. Outra característica é a mistura de carnes com frutas como ameixas e abricó. Tudo isso combina muito bem com o vinho Tokaji Aszú, o mais famoso da Hungria, ou uma dose da fortíssma pálinka, a típica aguardente de frutas.
Quando fizer a mala para Budapeste, não se esqueça do maiô. Isto mesmo. Porque a cidade é famosa há vários séculos por suas águas termais. Foram os romanos mosaicos e afrescos comprovam que descobriram e usufruíram dos banhos de água mineral quente que generosamente brotam por lá. Depois vieram os turcos, igualmente apreciadores das termas e assim por diante. Em Budapeste esses banhos estão instalados em belíssimas construções como no Rudas Thermal Bath construído em 1550 e ainda em funcionamento ou o Gellért Baths and Spa, um dos mais populares entre os turistas, decorado com mosaicos artísticos, espelhos, esculturas, que já era famoso no século 13. Ou ainda o Széchenyi Bath and Spa , um dos maiores da Europa, em estilo neo-barroco (1913), popular também no inverno. Mas existem ainda os modernos como o Spa do Corinthia Grand Hotel Royal Budapest, o Mandala Day Spa ou o Aquaworld Budapest e outros tantos hotéis da cidade que também dispõem de spas especializados em tratamentos de beleza.
Budapeste pode surpreender quem pensar que esta é uma cidade sisuda. Combinando a mania dos banhos com vida noturna surgiu a Cinetrip Sparty, um evento mensal, com efeitos audiovisuais que acontece em locais especiais como no Rudas Bath. DJs, performances, acorbatas, balê aquático, dança do ventre e uma porção de outras atividades vão se sucedendo das 9 da noite às 4 da manhã Enquanto isso os participantes podem tomar banhos termais em quatro ambientes, um deles um banho turco com mais de 600 anos. Pura festa.
Budapeste tem vida cultural intensa e concertos quase diários de música clássica e uma concorrida temporada de óperas. Mas não é só. Todos os anos acontece por lá o Festival de Primavera que combina balé e jazz, misturados com performances urbanas, pantomimas e concertos ao ar livre.
Quer mais? Então visite o Korda Studios, bem próximo a Budapeste. Localizado em meio a vinhedos; é lá que são rodadas as principais séries de tevê e filmes ou, se a paixão for o ronco dos motores, escolha a data do Grande Prêmio da Hungria de Formula Um.
Bem perto de Budapeste fica a região onde o Danúbio faz curvas abruptas, e cria paisagens encantadoras, chamado de Danube Bend, com cidadezinhas bucólicas como Szentendre, (que significa Santo André) a mais famosa delas, célebre por suas casas bem conservadas e igrejas. Hoje a cidade tem artistas e galerias a cada esquina e lá também ficam alguns museus bastante originais como o Museu do Marzipã, onde réplicas de edifícios (como o rebuscado Parlamento), figuras humanas e animais, tudo é feito com esta massa de amêndoas. Chegar a Szentendre é bem fácil seja de trem, metrô, ônibus ou até mesmo bicicleta porque são apenas 20 km a partir de Budapeste. Também próximo a Budapeste fica o castelo de Gödöll, antiga residência de Sissi, a imperatriz, todo em estilo barroco. Outro passeio por perto da capital húngara é à região vinícola de Etyek, famosa por seus vinhos espumantes.
Um pouquinho mais distante cerca de 100 km- fica Hollók é uma povoação do nordeste da Hungria, Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, um lugar que cresceu ao longo de uma única rua, onde há um castelo do século 14 e onde os habitantes ainda mantém as tradições agrícolas antigas.
Entre seus tesouros naturais a Hungria se orgulha de ter oito na lista dos Patrimônios da Humanidade da UNESCO e um nono, cultural, o Busójárás, em Mohács, o carnaval mascarado do inverno.
Na lista de heranças culturais intangíveis estão dez parques nacionais, com suas áreas silvestres, montanhas cobertas de florestas, áreas vulcânicas não ativas, planíceis a perder de vista e cavernas de estalactite, como em contos de fadas.
Húngaro é o idioma oficial do país, parte do grupo de línguas urálicas. Nem tente descobrir o que está escrito nas placas porque não há semelhança com qualquer dos idiomas de países vizinhos. Mas não desanime. Com o crescimento do turismo, inglês já é uma forma de se comunicar. Embora integre a União Européia, a moeda oficial da Hungria é Forint.