Se você vai para Orlando, na Flórida, prepare-se: você vai para o lugar mais divertido do mundo.
Sem exagero. O merecido título é obra da maior concentração de parques temáticos do mundo, incluindo o mais famoso deles, a Disney. Mas, afinal, o que é a Disney?
O que nós genericamente chamamos de Disney é, na verdade, um gigantesco complexo de parques, hotéis, centros comerciais e esportivos, campos de golfe, parque aquáticos... Todos pertencem à Disney Corporation, uma mega empresa de entretenimento com ação na bolsa e tudo. Curiosamente, o complexo NÃO fica em Orlando, mas sim no município de Lake Buena Vista (e um pedacinho no município de Kissimmee).
Orlando é a cidade mais desenvolvida da região, e abriga outros parques, outras atrações, inúmeros hotéis, o aeroporto... Mas poucos turistas que vão para Orlando chegam até downtown, o centro da cidade. E nem precisam.
Se o Egito é uma dádiva do Nilo, Orlando é uma dádiva da Disney. Isso porque até 1970 a região era um grande pântano salpicado de laranjais, a única fonte de renda local. Mas eis que Walt (Disney) resolveu comprar secretamente, e por preço de banana (ou seria de laranja), uma gigantesca porção de terra. E negociou com o Estado da Flórida condições especiais para desenvolver ali seu novo megaempreendimento turístico. Assim, por lei, as terras Disney não podem ser adentradas por policiais (a Disney tem sua própria polícia), não podem ser desapropriadas, e toda a infraestrutura é decidida e construída pela própria Disney. É verdadeiramente um reino à parte dentro do estado da Flórida.
Assim, em 1971 nasceu o Walt Disney World.
Inicialmente era apenas um parque temático, construído nos moldes da Disneylândia, o parque que Disney construiu na Califórnia, em 1955. Mas desta vez Disney tinha espaço, e se esparramou a velha Disneylândia cabe dentro do estacionamento do Magick Kingdom, o nome oficial do primeiro parque.
O Magic Kingdom, ou reino mágico, é marcado pelo famoso Castelo da Cinderela, a principal construção, que domina o centro do parque. Mas ele não fica visível da estrada, nem ao menos do estacionamento. Há um suspense adorável, que te obriga a parar o carro, pegar um trenzinho até uma estação, e lá pegar o monorail, um trem suspenso em trilho de concreto, que aí sim te deixa na porta do parque (não sem antes passar por dentro de um hotel).
É impossível não se emocionar quando chegar à Main Street, a adorável rua de entrada, e olhar ao fundo o castelo. E o Disney queria que quem visitasse o parque imergisse na magia. Então, é normal estar andando pela Main Street e esbarrar com pequenas performances de músicos, ou encontrar funcionários com chapéus engraçados ou luvas de Mickey.
Da praça do Castelo, você pode alcançar as outras terras do parque, que são:
Adventuteland (terra da aventura) Uma terra para aventureiros de todas as idades. O principal briqnuedo é o famosíssimo Piratas do Caribe, um dos melhores exemplos dos animatronics Disney bonecos assustadoramente realistas, que incluem até pé sujo e pelos na perna.
Frontierland (terra do velho oeste) Reproduz o ambiente do oeste americano na época dos pioneiros. Seus grandes destaques são a molhada Splash Mountain, um trenó d´água que passa por dentro de uma montanha e a Big Thunder Mountain Railway, uma montanha russa que reproduz um antigo trem de mina desgovernado!
Liberty Square (Praça da Liberdade) Área focada no patriotismo americano, mas que abriga a divertidíssima Haunted Mansion, a mansão assombrada. Destaque para a cenografia perfeita, com teias de aranha repostas diariamente. Repare nos funcionários todos tem caras lívidas, falam arrastado - eles realmente entram no papel. Ou são mortos-vivos.
Fantasyland (terra da fantasia) A terra preferida dos pequeninos, bem atrás do castelo. Alguns dos brinquedos mais clássicos estão aqui, como o Carrossel do Príncipe, com cavalos para crianças de todas as idades e tamanhos até 150kg; O vôo do Dumbo, com o pequeno elefante girando nas alturas; a inebriante Xícara Maluca; e o sempiterno Mundo Pequenino, com sua indefectível canção tema.
Mickey´s ToonTown Fair (terra do Mickey) A menor das terras, abriga a casa do rato mais famoso do mundo. E de sua eterna namorada também. É o lugar onde você pode tirar a foto com o dono do parque (o Mickey, não o Disney!).
Futureland (terra do futuro) Esta parte abriga as atrações futuristas do parque (bem diferentes do original de 1971 afinal o futuro não é mais como era antigamente). A principal atração é a Space Mountain, uma montanha russa cheia de curvas no escuro. Mas os menorzinhos adoram o Buzz Lightyear Space Ranger Spin, onde podem ajudar o astronauta Buzz a combater seu inimigo Zurg.
Além dos brinquedos, o Magic Kingdom tem outras atrações encantadoras. Todos os dias, em horáros variados, acontece um show na frente do Castelo da Conderela, com a presença de Mickey, Minie, Pateta, Donald, as princesas clássicas (Cinderela, Bela Adormecida e Branca de Neve) e seus respectivos príncipes, Peter Pan, Capitão Gancho... a criançada adora. Os pais também.
No meio da tarde, acontece a famosa Parada carros alegóricos desfilam pelo parque, com personagens famosos, como Bela e a Fera, Pinóquio, Alice e o Chapeleiro... A noite, a parada se repete, mas desta vez é iluminada e fica completamente diferente. E no final do dia, na hora de fechar, acontece o mais que famoso show de fogos, que retumbam atrás do castelo da Cinderela. O gran finale de um dia inesquecível.
O segundo parque Disney a ser construído foi Epcot Center. Muito, muito maior que o Magic Kingdom, tem duas áreas: a da frente é dedicada à Inovação, com diversos brinquedos; a do fundo, chamada World Showcase, possui réplicas de dez países. Epcot nasceu como uma grande veia educacional. Mas em alguns anos, isso ficou chato, e a Disney tem renovado as atrações para ficarem mais ao gosto dos turistas. Entre as atrações da área da imaginação, o destaque vai para Soarin, um simulador muito realista de asa-delta; Mission Space, outro simulador, este de nave espacial, com direito a forças G gigantescas; Os Mares com Nemo e Amigos, bem ao gosto dos pequeninos; e Spaceship Earth, que leva você numa viagem pelo passado, presente e futuro da humanidade.
O World Showcase não tem tantos brinquedos (e quando tem são menores e mais simples). Mas lá é o melhor lugar para encontrar personagens e pedir autógrafos; ou parar para comer, já que cada país tem seu restaurante; ou assistir ao show de fogos do fim do dia, que rivaliza em beleza e magnitude com o do Magic Kingdom.
Se por um lado Epcot teve problemas para engrenar, já o Disney Studios foi sucesso à primeira vista. O público amou o conceito de um parque dentro de um estúdio de cinema, combinado com os mais queridos personagens Disney. E o mais interessante é que o parque de fato produz cinema é possível ver a equipe de desenhistas e produtores trabalhando.
A principal atração deveria ser The Great Movie Ride, um passeio interativo pelos maiores filmes da história. Mas a maior atração é de longe o horripilante The Hollywood Tower of Terror, ou o Hotel do Terror. Baseado no antigo seriado Além da Imaginação, leva os incautos turistas a um passeio por um hotel assombrado, que culmina numa voltinha de elevador...
A segunda atração mais radical é a Rock´n Roller Coaster, uma montanha russa no escuro regada ao som da banda Aerosmith. Sucesso garantido com a moçada e também com os tiozões que curtem um bom rock.
Para os pequerruchos, o grande sucesso é o Toy Story Mania, com os adoráveis Woody, Buzz e companhia numa aventura interativa e cheia de reviravoltas. Fora isso tem o impagável Show dos Muppets, muita ação com Indiana Jones, o simulador de Guerra nas Estrelas... é o menor dos parques Disney, mas como tem atração!
O mais novo dos parques Disney é o Animal Kingdom, o reino dos animais. Como se percebe, o tema aqui é a vida selvagem de verdade e de mentira. O ícone do parque é a Árvore da Vida (ela é falsa, mas você não diz), sob a qual está o hilariante show It´s tough to be a bug!, baseado no desenho Vida de Inseto. Um dos melhores exemplares de tecnologia 4D.
Para ver bichos de verdade, há um safári em caminhões 4 x 4, trilhas ecológicas e diversos viveiros. Bom para as crianças, mas em geral elas preferem as atrações da terra dos dinossauros eles podem até escavar um!
Os mais radicais curtem Expedition Everest, um trenzinho que vai em alta velocidade ao encontro do Abominável Homem das Neves, e as Corredeiras do Rio Kali, uma balsa que dificilmente vai deixar você seco.
Além destes quatro parques principais, a Disney ainda tem dois parques aquáticos, um centro de lazer e compras, uma arena esportiva, campo de golfe e diversos hotéis. Tudo dentro das terrinhas que o velho Walt comprou. E ainda tem espaço para mais...
Mas como comentei, Disney é só uns 50% da diversão. Tem muito mais em Orlando e região. Como, por exemplo, os parques da Universal Studios.
A Florida deve ser realmente um ótimo lugar para filmar, porque a Universal Studios, com sede na Califórnia, resolveu abrir ali, em Orlando, uma filial. Claro que a reboque fez seu parque temático e seu resort, aproveitando a fama que Orlando ganhou com a Disney. Hoje, a Universal é a grande adversária de Mickey Mouse e, se não supera, ao menos incomoda o ratinho, com dois parques que caem bem no gosto dos mais jovens.
O Universal Studios Florida nasceu como um parque voltado para os fãs de cinema. Várias atrações eram baseadas em filmes, cineastas ou seriados de TV. Um sucesso no começo, mas que datou, e precisou ser atualizado. Mas a Universal fez isso muito bem, e hoje ostenta atrações como Shreq 4D, com uma aventura inédita de nosso ogro favorito; The Simpsons Ride, com um simulador engraçadíssimo da famosa família amarela; Disaster, atração que era baseada no filme Terremoto e que foi repaginada. Também há clássicos intocáveis como Tubarão, com direito a encontro ao vivo com o peixão, e ET, com direito a vôo de bicicleta.
Os pequeninos vão amar o Show do Barney, o dinossauro, e os grandões vão se amarrar na Rock n Roller Rip Coaster, uma montanha russa aonde você escolhe a trilha sonora para despencar das alturas.
O segundo parque Universal é o Islands of Adventure. Usando o mesmo conceito do Magic Kingdom, tem várias ilhas temáticas. A mais nova, mais famosa e mais impressionante é a Terra de Harry Potter, com réplica do Castelo de Hogwarts, da vila de Hogsmeade e um sem fim de referências aos filmes e livros do bruxinho. Destaque para The Forbidden Journey, a atração que faz você voar com Harry, e show do Olivaras, recriando a imortal cena do primeiro filme da série.
Outra terra concorrida é a Marvel Super Hero Island, onde se encontram os principais heróis Marvel. Duas atrações são imperdíveis: a montanha-russa do Hulk, que te arremessa para cima, e a Aventura do Homem Aranha um passeio cheio de surpresas, talvez o melhor brinquedo do parque.
Ainda na onda dos quadrinhos, a Toon Island se dedica a desenhos clássicos como Popeye, Recruta Zero e Betty Boop. A Balsa do Popeye é um dos brinquedos mais molhantes da Florida. Portanto, vá de capa, ou leve outra roupa.
Molha também o brinquedo Jurassic Park, na Ilha dos Dinossauros. E molha um pouquinho o brinquedo One Fish, Two Fish, Red Fish, Blue Fish, na Ilha do Dr. Seuss. Essa ilha é a preferida dos pequenos, com muitas atrações multicoloridas e divertidas, como o passeio pela famosa história do Gatola de Cartola.
Os dois parques da Universal estão ligados por um centro de lojas, restaurantes, cinemas e baladinhas chamado Universal City Walk. Então depois do parque dá para esticar a diversão sem precisar pegar o carro.
Além da Universal, a Disney tem outro grande concorrente os parques Busch. O mais antigo é Busch Gardens, que fica a uns 100km de Orlando, na cidade de Tampa. Nascido como zoológico nos anos 70, foi se transformando num parque de aventura. E por aventura entenda-se brinquedos radicais, especialmente montanhas-russas. Começou com uma pequena, com um looping. Depois um outra, com um tuneau. Hoje já são seis, indo para sétima. Entre elas pérolas do radicalismo como a deliciosa (para quem gosta) Montu, com trilho invertudo (sim, os pés ficam balançando) e a apavorante Sheikra, que cai a 90º, não sem antes deixar você pendurado por longos cinco segundos.
Busch Gardens é de longe o parque mais radical da Flórida, mas sofre um pouco com a distância de Orlando. Mas Sea World... esta sim está colada em Orlando. Outrora apenas um parque marinho, também está se enveredando para as atrações radicais e tem como trunfo a (por enquanto) única Manta, uma montanha russa que leva as vítimas deitadas, com a barriga para baixo. Adrenalina pura, e potencialmente viciante. Deixou a Kraken, a outra montanha, em completo segundo plano. Se você não é tão radical, sempre haverá a baleia Shamu e os golfinhos bonitinhos para te consolarem.
O mais novo parque Busch é o Aquática, um parque aquático que mistura os tradicionais escorregadores e piscinas com animais marinhos. Especialmente no verão, quando a Flórida torra sob 35º C, parece uma boa opção. Outra é o Wet ´n Wild, já tradicional mas ainda divertido.
Viajar para Orlando e ficar menos de dez dias significa necessariamente deixar de ver algo importante. Quinze dias é uma conta boa, que permite ver tudo e ainda descansar um ou dois dias porque cansa andar o dia inteiro nos parques, acredite! E, embora não faltem hotéis Orlando é o local com maior oferta de quartos de hotel do mundo uma opção interessantíssima é se hospedar dentro do complexo dos parques. A Disney tem hotéis para todos os gostos, e todos seguem a linha de entrar na magia. Fora isso, hóspedes Disney tem mordomias como transporte (ou estacionamento) grátis, horas exclusivas nos parques e entrega das comprinhas no seu hotel.
A Universal também tem hotéis, e também tem mordomias o transporte e o direito de furar as filas nas atrações mais concorridas. Mas, se seu orçamento não permite, uma boa opção é a região da International Drive, que reúne vários hotéis, lojinhas, restaurantes e é super bonitinha.
É importante avisar desde já: prepare uma mala extra para sua volta. Orlando e os parques são insidiosos no que diz respeito a lojinhas. Quase toda atração acaba em uma, e é difícil resistir as tentações o tempo todo. Quando você vê, a mala lotou.
Fora os parques, há os tentadores outlets, que vendem marcas famosas a preços ridículos. Você pode ser Gandhi, mas não vai resistir e vai sair com sacolas. Fora isso, os super mega mercados como Wal Mart, as lojas de eletrônicos, e os shopping centers tradicionais... tudo conspira para você comprar, comprar e comprar... Não por acaso, há várias lojas de malas.
