Grécia
A Grécia é o tipo do destino que todo mundo já pensou em visitar. Um clássico, literalmente falando. Precisamos ir à Grécia porque queremos achar nossas raízes. Afinal, tudo começou por lá: artes, a filosofia, a matemática, das olimpíadas, num exagero de criatividade e beleza. Não bastando ser a terra de Sócrates, Platão e Aristóteles. De Homero, Alexandre, Péricles e tantos outros personagens reais, ainda é o berço dos deuses da Mitologia que até hoje povoam nosso imaginário. Aliás, os deuses não poderiam ter escolhido lugar melhor para viver, tanta é a beleza deste país que se debruça no Mediterrâneo e se espalha por mais de 200 ilhas.
Atenas, prá começar
Se a viagem for de navio, Atenas é escala de um dia. E aí é preciso se organizar para ver o imperdível. Comece pela Acrópole. Imponente, vista de toda parte, esta elevação, onde nasceu a primeira cidade é uma ampla esplanada onde está a mais cobiçada das edificações, o Parthenon, do século 5 aC e dedicado à deusa Atena. Antes de descer da Acrópole, olhe em todas as direções. De lá é possível avistar Pireus, o porto da cidade e entender um pouco o emaranhado de ruas, de prédios novos e velhos que compõem a cidade. Aos pés da Acrópole fica o Museu da Acrópole onde estão algumas preciosidades, que pertenciam à Acrópole, naturalmente, como os frisos originais do Parthenon. Do lado oposto da colina fica Ágora Antiga, centro da vida comercial, onde ficava o mercado, ponto de encontro dos cidadãos, núcleo da vida política na Antiguidade. Caminhe por lá para ver o Templo de Hephaestos e Athena Ergane. Monastiraki, perto dali é também um point de Atenas com suas dezenas de lojinhas e restaurantes típicos, lojinhas de souvenirs e a praça Avissinias é tida como o coração do mercado de pulgas dali, tradicional pela venda de antigüidades em lojas e em camelôs. É também em Monastiraki que fica o Kendriki Agora, mercado central. Perambule por este belo edifício de estrutura de ferro. Aposto que vai se encantar com a variedade de peixes e frutos do mar, com as especiarias e frutos secos por toda parte. Já viu pistache vermelho? Lá tem.
Descobertas
O centro de Atenas é pequeno e o melhor mesmo será andar a pé e ir descobrindo as delícias da cidade. Se tiver mais do que um dia, melhor ainda porque a cidade como um museu a céu aberto. Câmera na mão porque vira e mexe aparece alguma relíquia dos tempos de Péricles, (495-429 a.C.), político e orador ateniense, que governou a cidade e decidiu – e conseguiu - torná-la berço artístico e literário. Por exemplo: o Templo de Zeus Olímpico que começou a ser construído no século 6 a.C. Observando as colunas que restam, dá para entender como eram construídos esses edifícios colossais (que são muitos) na Grécia antiga. Se tiver tempo, será curioso ver a troca da guarda diante do Parlamento, na Praça Syndagma. Não espere qualquer semelhança com Londres. Os três soldados Èvzones (da guarda nacional) usando as fardas tradicionais de saiote, com pompom no sapato e no joelho, executam cerimonial com passos que poderiam ser de dança grega.
Sabores gregos
Reserve tempo para comer em Atenas. E em toda Grécia. A comida grega, deliciosamente perfumada com azeite de oliva, rica em frutos do mar e legumes, em carne de carneio, ervas e especiarias, vale a pena. Na Grécia, não deixe de provar o gyros, o nosso famoso e conhecido churrasquinho grego. Deliciosamente temperada a carne, macia, é enrolada num pão do tipo árabe, acompanhada de salada, cebola, molhos. As delícias da gastronomia grega incluem a Moussaka, a lasanha de berinjela, tomates recheados com arroz, as Keftedes, almôndegas gregas, folhas de uva recheadas, carne de carneiro preparado de mil e uma maneiras e sobremesas à base de frutas, mel e amêndoas. Para acompanhar? Vinho grego, naturalmente e, ao final da refeição, um gole de ouzo, o destilado de cascas de uva aromatizado com anis e com teor alcoólico de 38º a 48º. Portanto, melhor deixar o final do passeio.
Plaka
Um dos mais charmosos recantos de Atenas é o bairro da Plaka, ao pé da Acrópole, o bairro boêmio cheios de ruazinhas, praças, coalhado de lojas, boutiques de arte e artesanato, bares, restaurantes, endereço certo para brindar aos deuses e à beleza da cidade ouvindo música grega numa taberna típica. Melhor ainda se for de noite e, da sua mesa puder avistar o Parthenon iluminado. Inesquecível. Quer mais agito? Então é só ir a uma das “buzukias”, as casas noturnas da cidade onde rola muita música, dança em cima das mesa e, no lugar da quebra de pratos (prática proibida) fazem guerra de flores e música até o amanhecer.
As ilhas
Chegamos ao habitat dos deuses. Foi navegando pelo mar Egeu, de azul profundo e rochas agrestes, penhascos desafiadores que os deuses gregos viveram suas histórias, que Homero percorreu, na sua Odisséia. A partir de Atenas partem ferry boats para passeios de um dia para ilhas próximas como Salamina, Póros, Egina, Hidra, Spétses e Citera. Das duas centenas de ilhas habitadas que pertencem à Grécia (no total são 6 mil ilhas e ilhotas), algumas são o sonho de consumo de todo turista, as mais visitadas, as mais badaladas, seja em rotas de cruzeiros marítimos ou em visitas programadas, de turistas acidentais.
Santorini
é uma delas. No alto do penhasco com tons de marrom e laranja, resultado de erupção vulcânica, Santorini se apresenta linda e pitoresca com as casas impecavelmente brancas e telhados redondos, azuis, primaveras floridas enfeitando as casas que se encarapitam em ruelas estreitas. Para chegar ao alto, quem tiver fôlego poderá subir as escadarias de quase 600 degraus. Ou usar as mulas que ficam no sobe e desce de turistas. Mas ainda há o recurso do teleférico e dos táxis, prá quem quiser. Consta que já havia população em Santorini há 3 mil anos e hoje vivem por lá menos de 2 mil pessoas, praticamente todas dedicadas ao turismo, artesanato e comércio. Em Santorini – como nas demais ilhas - não tenha pressa. Caminhe pelas vielas, observe tudo e pare num dos bares ou restaurantes com terraço olhando para o mar azul profundo. Inesquecível.
Mikonos
é outra das ilhas badaladas, talvez a mais famosa delas também por ser festeira e liberal Aqui há lugar para as muitas tribos e cada um faz o que quer. No verão fica apinhada – de casais na terceira idade chegados de um cruzeiro, moçada descolada, pessoal GLS. Em Mikonos é festa o tempo todo mas, se a escolha for menos radical, também vale. Nas ruelas de Mikonos, com as casas impecavelmente brancas, há lojinhas com lindíssimos artesanatos, roupas e até esponjas do mar e um programa super legal é beber vinho olhando para os moinhos de vento da ilha.
Patmos
é uma ilha bem especial porque, além de pitoresca, como são as ilhas de forma geral, ela ainda guarda uma história especial. Foi ali onde São João foi exilado e, conforme conta a tradição, foi numa gruta (faz parte dos roteiros da ilha) onde ele escreveu o Apocalipse. Em Patmos também existe um Monastério ortodoxo belíssimo, decorado com afrescos e construído em 1088 sobre as ruínas de um antigo templo da deusa Ártemis.
Creta
é outra ilha cheia de história e mistério. Ali foi a morada do Minotauro, aquele ser com corpo de homem e cabeça de touro que vivia no centro do labirinto do rei Minos. Pois bem, lendas à parte, as ruínas do palácio de Knossos podem ser visitadas e valem a pena.
Em Rhodes era onde ficava, protegendo seu porto, o Colosso, uma gigantesca estátua, uma das 7 Maravilhas da Antiguidade. Bom, o Colosso foi destruído mas Rhodes mantem sua bela muralha e a Cidade Antiga. Vale a pena caminhar pela Rua dos Reis, medieval, com calçamento de pedra, um antigo caminho que vai da Acrópole de Rhodes ao porto. Algumas ruínas do século 3 aC podem ser visitadas em Rhodes, e surpreendem. Em contraste, existe um lado moderno na ilha, totalmente focado no turismo com muitos hotéis e praias que são a festa dos visitantes, especialmente europeus, em busca do sol que brilha por lá 300 dias por ano.
Bom, ilha cheia de história, lenda e lindas paisagens é o que não falta, na Grécia que ainda tem atrações continentais como Olímpia, berço das Olimpíadas e onde estava uma das 7 Maravilhas da Antiguidade, a estátua de Zeus e, marfim e ouro; é lá também que Fídias, o escultor, teria tido seu estúdio (escavações parecem comprovar) Quer mais? Na região central da Grécia, Delfos, que há milhares de anos já era conhecida como a morada de Apolo para onde os gregos peregrinavam para ouvir conselhos do famoso Oráculo. E pouco importa que não haja mais oráculo por lá. O caminho até Delfos é belíssimo e no parque arqueológico estão o prédio Tesouro dos Atenienses, a Pedra da Pitonisa, o Templo de Apolo e um museu. E, para completar, as montanhas da Macedônia, os parques nacionais e tours específicos para conhecer vinhedos e vinícolas da terra do deus Dionísio ou Baco. Será preciso mais de uma viagem, com certeza, para curtir tudo.
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