Casas sem cercas muros ou portões; espaços abertos compartilhados por todos os vizinhos, bosques intocados onde os moradores vão colher morangos e outras frutinhas silvestres. O que parece ficção, coisa de filme, existe e tem um nome: Suécia
Com organização e segurança que há muito tempo desconhecemos e com as quais sonhamos, o Reino da Suécia, uma monarquia constitucional (no trono o rei Carlos Gustavo e a brasileira rainha Sílvia), encravado na Península Escandinava esbanja progresso. Sua população de menos de 10 milhões de habitantes usufrui de um sistema social avançadíssimo e vive num país que todos os anos está situado entre 10 melhores IDH do mundo, além de ostentar o primeiro lugar do mundo no Índice de democracia, segundo a revista inglesa "The Economist".
Altos, loiros, de olhos azuis, esses descendentes dos vikings formam um povo pacífico que há mais de duzentos anos não participa de nenhum conflito nem com seus vizinhos, a Noruega, Finlandia e Dinamarca, nem com qualquer outro país. Além disso, mesmo as maiores cidades como a capital, Estocolmo ou Malmo, são limpas, seguras, organizadas. De fazer inveja.
Todos esses predicados já seriam motivos de sobra para uma viagem a esse país do norte da Europa, com jeito de contos de fada, que ainda esbanja beleza natural. Escassamente povoada, a Suécia é farta em florestas lagos, de todos os tamanhos, o maior deles o Värnern, que é também um dos maiores da Europa mas em matéria de beleza, o Mälaren,um dos mais belos, fica na área de Estocolmo, fácil de ser visitado. Ilhas também há aos milhares e o país todo tem litoral recortado, cheio de penínsulas. No extremo norte, já dentro do Circulo Polar Ártico, cenários únicos para o turista que quer o contato com a natureza intocada. Lá é possível vivenciar experiências como o sol da meia noite ou presenciar o fenômeno da aurora boreal sob temperaturas extremas (-20). Mas não é preciso se assustar com o clima porque a Suécia é beneficiada pelas correntes marítimas quentes que permitem clima mais ameno e verões na casa dos 20 graus.
A capital sueca é geralmente a porta de entrada dos turistas a este país que é menor do que o Estado da Bahia (450.295 km² ) e o terceiro maior país da União Europeia. Cerca de 2 milhões de pessoas vivem em Estocolmo que, como parece ser regra no país é uma cidade limpa, organizada e segura. Construída sobre 14 ilhas, conectadas por 57 pontes, a cidade é cortada por canais, tem muitos prédios históricos, castelos, museus, muita coisa para explorar. Prepare os pés e ponha-se a caminhar. A bela cidade, com mais de 700 anos e rica herança cultural, é plana, fácil de se locomover e um dinâmico centro cultural, conhecida por seu design, moda, cozinha inovadora, música e arte.E não se preocupe com a língua. O sueco, cheio de letrinhas com sinais diferentes, praticamente impossível de se entender, é o primeiro idioma oficial do país onde todo mundo também fala inglês.
Se você perguntar a alguém que já foi a Estocolmo como é a cidade, certamente dirá: linda! Porque é assim que ela é.. Seja numa manhã de sol, em Djurgården, a ilha que é também um parque, com vários museus como o imperdível o Vasa,(Vasamuseet) museu marítimo que guarda intacto o galeão que naufragou em 1628, na sua viagem inaugural, recuperado do fundo do mar em 1961. Estocolmo também é especialmente bela numa caminhada pela rua Norrmälarstrand, às margens do lago Mälaren, num momento de relax no parque Hagaparken, ou em Gamla Stan , a Cidade Velha,uma das maiores e melhor preservadas cidades medievais da Europa.Foi ali que Estocolmo nasceu , em 1252. Caminhar por suas ruas estreitas, calçadas em pedra, admirar a arquitetura típica, com fachadas que ainda mostram alguns afrescos da Idade Média é um programa que agrada sempre nesta área que ainda tem uma porção de restaurantes, cafés e lojas, para paradas estratégicas. Mas a cidade Velha ainda tem mais atrações como a Catedral Nacional de Estocolmo, o Museu Nobel (Nobelmuseet) e o imperdível Palácio Real com seus seiscentos quartos, um dos maiores do mundo, residência oficial do rei da Suécia, com várias exposições abertas ao público. É lá também que acontece a troca da guarda, com soldados montados em belos cavalos brancos, banda e tudo mais. Para quem aprecia arte um endereço imperdível é o Moderna Museet, que fica na ilha de Skeppsholmen, no centro de Estocolmo e que exibe obras de modernistas como Picasso, Dali, Magritte e Kandisnsky. Gosta de fotografia? Então o lugar é Fotografiska, um dos maiores locais, do mundo, sobre fotografia contemporânea. Aberto em 2010, tem, anualmente quatro mostras grandes e vinte menores. Já o Skansen, na ilha de Djurgården é um museu a céu aberto que mostra, em cerca de 150 construções, o modo de vida na Suécia, antes da industrialização. Ali também funciona um zoológico. Região cheia de hotéis e bares da moda, a praça Stureplan a Ilha de Sodermalm são também reduto de músicos e artistas e, para os consumistas, o endereço são as ruas Hammgatam, Kungsgatan e Klarabergsgatan, onde ficam as principais lojas de departamento e de design. Em que moeda comprar? Coroa sueca. Ou em qualquer cartão de débido/crédito aceitos por toda parte.
Mas há muito mais ainda a visitar na capital sueca: Royal Opera, o National Museum e os muitos palácios como o Tullgam Palace, de 1720,ao sul de Estocolmo, o Rosersberg Palace, residência real, com mobiliário original intacto dos reinados de Karl XIII e XIV Johan ou o Rosendal Palace, na ilha de Djurgården, construído pelo mesmo Karl XIV Johan, um magnífico exemplar do Estilo Império Sueco.
Na costa oeste da Suécia fica Gotemburgo , a segunda maior cidade do país, cheia de atividades culturais e entretenimento. Malmo, cosmopolita e movimentada, ao sul da Suécia, é a terceira mais populosa e compartilha seu agito com Copenhague, a capital da Dinamarca, já que apenas a ponte de 8 km, a Öresund Bridge, as integra interligando a vida das duas cidades.
Mistério, mito e lenda cercam as Ale Stones (Ales stenar em sueco), conjunto comparável a Stonehedge, da Inglaterra. São 58 monolitos, que ninguém sabe ao certo para o que serviam ( exceto uma que é, com certeza, um túmulo com 67 metros de comprimento) e que datam de 1500 a 1000 AD. As Ale Stones ficam em Skane, ao sul da Suécia, um dos antigos resquícios do início da ocupação do território sueco que, no século X esteve sob o comando dos vikings para quatro séculos depois ser unificado, com Noruega e Dinamarca, sob o governo de um único rei até 1523, quando se tornou independente.
Moderno, dinâmico e rico, o país não poderia ser diferente em culinária. Especialmente em Estocolmo é possível encontrar culinária internacional de altíssima qualidade e chefs consagrados internacionalmente. Mas, sendo turista, o melhor mesmo será conhecer a cozinha sueca, rica em peixes, lagostas e ostras, especialmente na costa oeste, em queijos deliciosos e também em muitos produtos orgânicos. Quando se fala em comida sueca logo se pensa nas almôndegas feitas com carne de vaca e porco e servida com um molho cremoso e a geléia de lingonberry, uma frutinha vermelha parecida com groselha, mas mais gostosa.
Outro prato característico é sopa de ervilha com mostarda e presunto e panquecas com lingonberry e chantilly servidas sempre às quintas feiras. Prato também favorito dos suecos é o pyttipanna, feito com batatas, cebola, ovo e bacon ou presunto. Tradicionalmente feito para aproveitar sobras, hoje em dia se compra até congelado, no supermercado.O sanduíche aberto com salmão (gravlax) ou camarão em pão de centeio também é bem popular assim como o salmão e o arenque em conserva, sil, que vem com sour cream, mostarda ou com dill.
Talvez a mais difundida das refeiçõesvikings, entre nós seja o Smörgåsbord (mesa de sanduíche traduzindo literalmente), tipo um bufê com uma variedade de presuntos, peixes, caviar, carnes, incluindo as almodegas e rena, saladas e o Smörgåstorta um bolo salgado feito com camarão, caviar e salmão.Mas esta farta refeição é encontrada em restaurantes específicos e não em toda parte, como a gente possa imaginar.
No café da manhã sempre haverá mingau de aveia ou filmjölk (um tipo de pré iogurte, mais pra leite azedo do que iogurte) servido com geléia.
Doces são também itens importantes na culinária sueca como os tradicionais Cinamon bun- Kanelbulle - , Princess cake Prinsesstårta - (feito com pão de ló e montanhas de chantilly) .No quesito de doce destaque para bala de alcaçuz (licorice) que os suecos comem sem parar, inclusive coberta de sal.
